Total de visualizações de página

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

XXII DIA MUNDIAL DO DOENTE

O Dia Mundial do Doente é anualmente celebrado a 11 de fevereiro, dia de Nossa Senhora de Lurdes. Este ano tem como tema «Fé e caridade: também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Dirige-se de modo particular às pessoas doentes e a quantos lhes prestam assistência e cura. A Igreja reconhece nos doentes, uma presença especial de Cristo sofredor. Desta forma somos postos diante do mistério do amor de Deus por nós, que nos infunde esperança e coragem.
O Filho de Deus feito homem não privou a experiência humana da doença e do sofrimento mas, assumindo-os em si, transformou-os e reduziu-os. Reduzidas porque já não têm a última palavra, que é ao contrário a vida nova em plenitude; transformados, porque em união com Cristo, de negativas podem tornar-se positivas. Jesus é o caminho, e com o seu Espírito podemos segui-lo. Como o Pai doou o Filho por amor, e o Filho se doou a si mesmo pelo mesmo amor, também nós podemos amar os outros como Deus nos amou, dando a vida pelos irmãos. A fé no Deus bom torna-se bondade, a fé em Cristo Crucificado torna-se força para amar até ao fim também os inimigos. A prova da fé autêntica em Cristo é o dom de si, o difundir-se do amor ao próximo, sobretudo por quem não o merece, por quantos sofrem, por quem é marginalizado.
Em virtude do Batismo e da Confirmação somos chamados a conformar-nos com Cristo, Bom Samaritano de todos os sofredores. «Nisto conhecemos o amor: no facto de que Ele deu a sua vida por nós; portanto, também nós devemos dar a vida pelos nossos irmãos» (1 Jo 3, 16). Quando nos aproximamos com ternura daqueles que precisam de cura, levamos a esperança e o sorriso de Deus às contradições do mundo.
Neste XXII Dia Mundial do Doente, ajudemos as pessoas doentes a viver o próprio sofrimento em comunhão com Jesus Cristo, e amparemos quantos deles se ocupam.

Lembremo-nos que há valores a cultivar:

1. Colocai sempre o doente acima dos sentimentos, dores e convicções ideológicas, religiosas ou outras.

2. Olhai cada doente como uma pessoa única e nunca como um objeto de compaixão e, se adulto, como uma criancinha. O doente pensa, sente e medita, mesmo que pouco diga.

3. Deixai o doente contar o que quiser e quando quiser, nunca interrompendo-o na sua palavra. Ouvir, escutar e acolher, no silêncio das atitudes e na linguagem dos gestos e na abertura do coração, constituem o melhor serviço a prestar ao doente.

4. Nunca vos pergunteis “o que é que devo dizer”. Não é necessário dizer nada. Basta ouvir. Ir ao encontro do doente como quem vai receber e não como quem vai dar. Dá-se na medida em que se recebe.

5. Não vos precipiteis a dar resposta aos “porquês” dos doentes. Há “porquês” sem respostas claras, quer para o doente quer para quem dele se aproximam. Aceitai interiormente o desconforto desses “porquês” como um caminho, sempre novo, que se abre ao mistério da vida. Ajudai, com sinceridade e humildade, o doente a viver com os seus “porquês” e, deste modo, sabereis viver melhor os vossos próprios “porquês”. Um bom conselheiro abstém-se de dar conselhos. Procura apenas ajudar a pessoa a encontrar-se consigo mesma a fim de ela decidir por si.

6. Nunca pergunteis pela doença. Deixai que o doente revele a sua intimidade, se e quando quiser e entender. A curiosidade é a arma que mais fere a personalidade do doente.

7. Não faleis nunca das vossas doenças ao doente, a não ser que ele vos pergunte alguma coisa nesse sentido, nem das doenças deste a outros. O hospital não é uma praça pública. A visita a um doente é sempre o mistério do encontro entre pessoas no mistério da grandeza e da fragilidade da vida humana.

8. Se sois crente, lembrai-vos sempre que a liberdade mais fundamental é a liberdade religiosa. A relação entre Deus e uma pessoa não pode ser imposta nem controlada nem julgada por ninguém. Se o doente vos interrogar sobre a vossa fé, que a vossa resposta seja sincera, simples, humilde e serena. Quando não sabemos responder, o silêncio ou a aceitação serena da ignorância é o caminho de comunhão gratuita com o doente.

9. Procurai acolher, como tesouro, aquilo que o doente nos ensina sobre a vida, a sociedade e o sentido da existência e agir em consequência.

10. Não considereis nunca a relação com o doente como um poder, privilégio, domínio ou prestígio social, mas sempre como serviço gratuito. A gratuidade é o grande caminho da descoberta da dignidade humana que transforma a nossa maneira de ser, de agir e nos abre aos horizontes do Absoluto.