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segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Nota Pastoral para a Semana da Educação Cristã 2017

De 29 de outubro a 5 de novembro de 2017 realiza-se a Semana Nacional da Educação Cristã. A Comissão Espiscopal da Educação Cristã e Doutrinda Fé (CEECDF) acaba de publicar a Nota Pastoral para esta semana subordinada ao tema «A Alegria do Encontro com Jesus Cristo».

1. Jesus Cristo

A pedra que os construtores rejeitaram tornou-se pedra angular; tudo isto veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos.
Foi com estas palavras que Jesus, na Eucaristia de um dos primeiros domingos do ano pastoral e letivo em curso, se nos apresentou. Ou melhor, foi Deus quem assim o apresentou. Jesus cita a sua Palavra na Escritura. Fá-lo para explicar a parábola dos vinhateiros (Mt 21, 33-44), aos quais um proprietário arrendou a sua vinha, mas que, chegada a vindima, recusam entregar-lhe a devida parte dos frutos colhidos. Pior: maltratam-lhe os servos, alguns até à morte. O dono da vinha tenta outra vez, mas com o mesmo resultado. Até que se decide pelo impensável. Envia-lhes o próprio filho, pensando: respeitarão o meu filho. Enganou-se: agarrando-o, lançaram-no fora da vinha e mataram-no.
Este filho é Jesus, enviado por Deus – o Pai que amou tanto o mundo que (nos) deu o seu Filho Unigénito, para que todo o que n’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3, 16). E Jesus, por sua vez, realizou o que disse sobre a sua morte: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida pelos amigos (15, 13). Foi este amor extremo, d’Ele e do Pai, que fez da terrível crucifixão o triunfo definitivo sobre a morte; e fez da pedra que os construtores rejeitaram a pedra angular, sobre a qual Deus edifica o seu povo, a nossa Igreja. Tal o poder e a eficácia deste amor, que veio do Senhor e é admirável aos nossos olhos!
Sim, quem se não deixa fascinar e atrair por alguém que deu a vida por todos nós?! Alguém que, desse modo, nos abre o caminho para a mesma vitória, numa vida sem fim! Diz-nos S. Paulo, como palavra digna de fé: Se com Ele morremos, também com Ele viveremos (2 Tim 2, 5). Com Ele…

2. Jesus Cristo vem ao nosso encontro

A iniciativa parte sempre d’Ele. Foi Ele, o Ressuscitado, que apareceu a Maria Madalena, tão inesperadamente que ela nem se apercebia que já estava a falar com Ele (Jo 20, 11-18); ou se apresentou no meio dos discípulos, entrincheirados por medo dos judeus (20, 19-23); ou se aproximou dos dois que iam para Emaús e se pôs com eles a caminho (Lc 24, 13-35); ou subitamente envolveu Paulo numa luz intensa, quando ia para Damasco a perseguir os cristãos (At 9, 1-22).
O amor, já assim expresso, tornou-se ainda mais vivo e vivificante no modo como se deu a reconhecer. A Paulo e a Maria Madalena, tratou-os pelo nome, identificativo da pessoa, entrando com eles numa comunhão íntima. Aos discípulos de Emaús (re)partiu o pão do seu Corpo, entregue por eles. Aos onze, mostrou-lhes, no primeiro dia da semana, as mãos e o lado com as marcas dos cravos e da lança do soldado. Repetiu-o oito dias depois a Tomé, que por isso exclamou: Meu Senhor e meu Deus.
O que então iniciou, continua a fazê-lo. Continua a chamar-nos pelo nome, quando, pelo Batismo, nos acolhe na sua Igreja, e, pelo Crisma, nos confirma com seu Espírito. Continua a alimentar-nos e a unir-nos em comunhão com a oferta do seu Corpo e Sangue, na Eucaristia. Continua a privilegiar para isso o primeiro dia da semana, a que desde os primórdios da Igreja se chama domingo ou dia do Senhor. Mas não só.
Ele vem ainda ao nosso encontro na Sagrada Escritura, que d’Ele e em que Ele nos fala, sobretudo se escutada em ambiente de oração, como nas celebrações litúrgicas ou nos encontros de catequese. Vem ao nosso encontro pelos sacramentos, não só da iniciação cristã, mas também da cura, para nos perdoar e confortar, e do serviço, para nos unir em comunhão. Vem ao nosso encontro na vivência do amor que nos une em Igreja e nos leva a dar-nos sobretudo aos mais carenciados, de quem se fez irmão: O que fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a mim o fizestes (Mt 25, 40).
Enfim, Ele próprio realiza o que nos transmite no domingo em que abre a semana da Educação Cristã: que a essência da lei, o segredo da vida, está no total e incondicional amor a Deus, como condição e medida para o igualmente indispensável amor ao próximo. Amemos assim, e veremos o que será de nós. Uma coisa é certa: Sabemos que passámos da morte para a vida, porque amamos os irmãos (1 Jo 3, 13).

3. A alegria do encontro

É, antes de mais, a alegria de nos sentirmos amados, de modo pleno e incondicional. Mesmo no pecado? Então ainda mais!... já que a carência é maior. Foi assim com o filho, regressado à casa paterna, depois de desbaratar todos os seus bens: Comamos e festejemos! – Ordenou o pai, cuja alegria não era menor que a do filho (Lc 15, 24). E Deus prova assim o seu amor para connosco: Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores (Rm 5, 8).
É também a alegria pelo “novo horizonte” e o “rumo novo” que esse amor dá à nossa vida (Bento XVI, Deus é Amor, n. 1). O amor de Cristo impele os que n’Ele creem a viver não mais para si próprios, mas para aquele que por eles morreu e ressuscitou (2 Cor 5, 14-15). E a viverem com Ele, não há revês ou tribulação de que não saiam vencedores, graças àquele que nos amou (Rm 8, 17) – fazendo da morte fonte inesgotável de vida.
É, enfim, a alegria de vermos a nossa vida a prolongar-se nas vidas daqueles a quem a damos: os pais nas dos filhos; os catequistas nas dos catequizandos; os professores nas dos alunos; todo o educador nas dos educandos (cf. CEP “Catequese: A alegria do encontro com Jesus Cristo”, IV). Uma alegria que cresce, quando também eles se dão – a partir do encontro com Cristo, mediado por cada um de nós, que então pode, por isso, dizer: É Cristo que vive em mim (Gl 2, 20).
Acolhamos, por tudo isso, o convite do Papa Francisco a “todo o cristão, em qualquer lugar que se encontre, a renovar (…) o seu encontro pessoal com Jesus Cristo ou, pelo menos, a tomar a decisão de se deixar encontrar por Ele, de o procurar no dia-a-dia sem cessar” (A Alegria do Evangelho, n. 3). Ele que, na celebração conclusiva da Semana da Educação, nos ensina: Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo (Mt 23, 11) – como Ele, o Mestre por excelência que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos (20, 28).
Que Maria, Mãe e Serva do Senhor, na conclusão do centésimo aniversário das suas aparições em Fátima, nos ajude a saborear a alegria deste encontro!

Festa de S. Lucas, 18 de outubro de 2017

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

É isto que se espera do ser humano?

Todos nós temos a perfeita consciência e apercebemo-nos diariamente da extrema pobreza presente em todo o mundo. Seja através dos meios de comunicação ou da experiência pessoal de cada um, podemos constatar uma pequena porção da miséria e pobreza existente ao nosso redor.
Apesar desta consciência da humanidade, o ser humano, na sua generalidade, continua a comportar-se de uma maneira errada, comprometendo e pondo muitas vezes em risco a sobrevivência humana com os seus atos.
A natureza é muitas vezes afetada com estas situações; como exemplo disto temos os incêndios de mão criminosa que através de uma simples atitude colocam em risco uma enorme quantidade de habitações, empresas, florestas e sobretudo a vida humana.

Telma Mendes Boto, EMRC 9ºA

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Todos nós tomamos consciência e apercebemo-nos que existe uma grande pobreza em todo o mundo e a nós cabe-nos ajudar essas pessoas e sermos solidários, pois agora estamos a passar por uma grande pobreza, muitas populações ficaram desalojadas por causa dos incêndios que começaram esta semana.
Apesar de tudo o que aconteceu, de todos os estragos e destruições e também desta miséria desumanizada, nós temos de poupar o mundo, pois se o ser humano continuar assim a destruir o planeta, o mundo vai ficar inabitável.

Maria João Gavinhos Ferreira, EMRC 9ºA


terça-feira, 17 de outubro de 2017

Dia da erradicação da pobreza

Neste dia de erradicação da pobreza, numa semana que começou marcada também pela devastação dos incêndios no nosso concelho, lembramos o dever de cuidar da natureza, mas também e sobretudo proteger o homem da destruição de si mesmo, como nos lembra o papa Francisco na encíclica Laudato Si (Sobre o cuidado da casa comum). 
Que miséria maior do que arruinar a vida do ser humano destruindo o ar que respira, os bens naturais de que dispõe para viver ou os bens materiais que conquistou durante toda uma vida, fruto do esforço do seu trabalho?!
Na origem de muitos males e miséria humana está, muitas vezes, a atuação do próprio ser humano, que não sabe desfrutar da beleza da criação e ver nela a grande mensagem da vida. Os problemas ambientais não podem dissociar-se dos contextos humanos e sociais. Estamos incluídos na natureza, somos parte dela e compenetramo-nos.
É justo que nos alegremos com os progressos e entusiasmemos com as possibilidades que nos abrem novas perspetivas, mas numa sociedade em que se vive obcecado pelo consumo, em que se esquece o sentido de justiça, se cultiva o lucro à custa do sofrimento de outros, se perdeu o sentido da dignidade humana, é urgente reafirmar os valores que ajudam a sair da autodestruição. Isto será possível “pelo despertar duma nova reverência face à vida, pela firme resolução de alcançar a sustentabilidade, pela intensificação da luta em prol da justiça e da paz e pela jubilosa celebração da vida” (Laudato Si). 
A qualidade de vida das pessoas, a sua harmonia com o ambiente, o encontro e ajuda mútua são raiz e a chave para o projeto do princípio do bem comum que todos temos o dever de defender e promover. 
Tomemos consciência da realidade, porque é a nossa dignidade que está em causa, ou continuaremos a coexistir com as perduráveis situações de miséria desumanizadora, deixando às gerações futuras um mundo inabitável. No dia em que todos começarmos a educar para a aliança entre a humanidade e o ambiente, estaremos a erradicar muitas das misérias humanas que a todos afetam.