O Secretariado Nacional da Educação Cristã organizou a formação “ ‘A partir do coração do Evangelho’ - Hermenêutica do Programa, Instrumento de formação do Professor Reflexivo”, nos dias 6, 7 e 8 de fevereiro, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, para Diretores diocesanos e suas equipas, professores cooperantes (vulgo orientadores de estágio) e outros professores.
Cerca de uma centena de participantes, provenientes das 20 dioceses do país, ouviram na sessão de abertura D. António Moiteiro, bispo de Aveiro e membro da Comissão Episcopal da Educação Cristã e Doutrina da Fé, falar sobre a importância e missão do professor de EMRC. Referiu que este não pode ter medo da sua identidade cristã e, sobretudo, nunca deve cair na tentação de “descafeinar o anúncio da ressurreição de Cristo. O professor de EMRC é igual a todos os outros, mas nunca pode esquecer a sua identidade própria”.
Num outro momento da formação, o padre Júlio Franklim Couto, na abordagem que fez do tema: “A hermenêutica bíblica numa disciplina confessional”, questionou os presentes sobre o espaço dado à Sagrada Escritura na EMRC e alertou que há que evitar quatro erros: o fabulismo – há que perceber que a Bíblia não é um conto para crianças; o arqueologismo – reduzir a Bíblia a um conjunto de histórias do passado; doutrinalismo – ficar apenas nas fórmulas, de modo a retirar afirmações para confirmar verdades; e finalmente o moralismo – reduzir a Bíblia a um conjunto de histórias edificantes.
As realidades são diferentes consoante as regiões do país, mas a vontade e a alegria de ser professor de EMRC é igual. E, como referiu o padre José Frazão, S.J., na sua intervenção “EMRC, profecia e dom: um jeito de ser Igreja”, os tempos não são fáceis, mas o professor de EMRC tem que enfrentar estes tempos de transição e desconforto, assumindo-se como uma presença qualificada e qualificante, capaz de marcar o lugar onde está; cabe-lhe cultivar a admiração e a gratidão pelo dom recebido, promover a liberdade, a criatividade e a responsabilidade. Há que reaprender a ser sal e fermento!
Cristina Sá Carvalho, do Departamento de Formação e Edições do SNEC, apresentou os “Pressupostos epistemológicos e pedagógicos do desenvolvimento curricular em EMRC, edição de 2014”, e Juan Ambrosio, da UCP, falou das “Finalidades e Domínios de Aprendizagem em EMRC.”
Estas duas intervenções possibilitaram um olhar sobre os princípios orientadores do programa, bem como, a sua dinâmica intrínseca: finalidades, domínios de aprendizagem, metas curriculares, objectivos e conteúdos.
Este encontro teve também em perspectiva a realização do Fórum de EMRC, “ ‘Unidos a Deus, ouvimos um Clamor’ (Evangelii Gaudium, n.ºs 187-192) A Alegria da Missão na Escola”, que acontecerá de 8 a 10 de maio próximo, onde se procederá ao lançamento dos novos manuais da disciplina.
O Encontro proporcionou ainda, em grupos e em plenário, a reflexão e o diálogo acerca de temáticas de interesse comum, como os domínios a privilegiar na formação dos professores e os modos de atuação por parte das equipas diocesanas no seu acompanhamento.
Foi, assim, um tempo de escuta, partilha e sobretudo de comunhão entre todos os presentes, que terminaram estes dias de formação com a convicção de que vale a pena ser professor de EMRC.
Departamento do Ensino Religioso Escolar
Setor da EMRC
(In Educris)